segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Braga, 12 de Julho de 2008

Hoje vi a Ana. Estava com o João, com a Gabriela e com a Eva. Três amigos que tínhamos em comum, mas que as circunstâncias da vida (e muita estupidez da minha parte) se tinham encarregue de apagar toda e qualquer memória de uma amizade que pudesse ter existido entre nós. Não os censuro.
Estavam na esplanada do costume.
Olhavam-me com desprezo e nojo. Porém ainda consegui vislumbrar uma réstia de perda e desilusão nos olhos de Gabriela. Nos olhos de Ana vi um poço de tristeza e amargura.
Sentei-me numa mesa nas redondezas e ajeitei a cadeira de forma a ficar de frente para Ana. Ela já habituada a ignorar-me fugia com o olhar e continuava a conversa em jeito de esquecer a minha presença e sorria para eles, como havia feito comigo.
Um sorriso lindo que ilumina o mundo inteiro, como os raios de Sol. Tal como lhe disse uma vez há tanto tempo!
Quando olho para ela sinto uma saudade enorme… Saudade do seu sorriso doirado e de a ver olhar para mim com aqueles olhos ambarinos, que ora me sorriam despreocupados, ora perscrutavam todos os cantos do meu ser à procura do mais ínfimo sinal de preocupação ou tristeza.
Desejo voltar atrás e dizer-lhe tudo aquilo que não lhe disse…
Pedir-lhe desculpa por tudo aquilo que não devia ter-lhe dito…
E vê-la sorrir para mim, uma, outra e outra vez, como se tivéssemos voltado ao dia em que nos conhecemos.
Até lá, tento escolher as palavras que lhe direi no dia em que tiver reunido forças suficientes para dizer: “ – Ana, perdoa-me”
Estas confissões deixam-me cansado… É quase uma da manhã.
Vou dormir.

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